terça-feira, agosto 28, 2012

Serviço público, numa tarde de domingo...


Este domingo, o tele-comando deixou que a emissão ficasse por uns instantes na RTP1... Tarde de verão, com um programa “divertido”, com muita cor, muito sol, ao ar livre, e convidados musicais. Um atrás de outro, todos eles no mesmo comprimento de onda. Um popular, outro mais popularucho, num registo ligeirinho (o “pimba” não é género musical, mas o que se ouvia a sair do televisor era parente próximo da mesma pobreza que em tempos se escutava na música que acabou assim rotulada). Mudavam as vozes, as notas e os acordes, mas a coisa na verdade não mudava... Como se a música que se pudesse escutar numa tarde de verão acabasse reduzira a esse espaço. Como se outras vozes e outras músicas não houvesse por aí (nem vamos perder tempo nem argumentos a dizer se más se boas, o certo é que a música servida era, sistematicamente, mais do mesmo)...(*)

Serviço público? Pois, numa altura em que todos se lembraram de falar da RTP e do serviço público de televisão, importa refletir que não conta apenas “defender” a sua existência. Em tudo necessária, nem se discute. Mas que modelo de televisão pública queremos ter? A dos concursos e destas tardes de verão? Que são, convenhamos, argumentos nada em favor de um canal (ou antes da maneira de o fazer) numa altura em que o debate ganhou voz. Será que é desta que se discute que RTP deveríamos ter? E, já agora, que RDP?... Porque de tanto falar de televisão quase todos se têm esquecido que o modelo de rádio pública também pode estar em causa.

PS. E já agora reparem na televisão pública americana. A terra dos canais privados....

(*) Não vi o programa todo, apenas três das atuações... Confesso que não aguentaria uma quarta...